O panorama da saúde oral infantil no nosso país é tudo menos animador. De acordo com números da Sociedade ortuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), cerca de 35 por cento das crianças até aos sete anos - observados no âmbito das campanhas de saúde oral - apresentam «cáries em actividade, dentes tratados e até dentes perdidos por doença cariosa.»
Estas notícias, que já não são optimistas, agravam-se na faixa etária dos oito aos 16 anos, com «47 por cento de cáries presentes na população rastreada», de acordo com o presidente da SPEMD, José Pedro Figueiredo, que lamenta a «falta de motivação, informação ou formação da população para a necessidade de hábitos de saúde oral e métodos de higiene oral adequados.»
Paula Faria Marques, regente da cadeira de Odontopediatria da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa (FMDL), concorda em absoluto com a última afirmação. Embora refira que a iniciativa da SPEMD não pode ser entendida como uma ilustração perfeita da realidade nacional, já que lhe falta «abrangência e metodologia científica», reconhece que os números obtidos «chamam a atenção para o que é importante e, aí, o Mês de Saúde Oral atinge os seus objectivos» de sensibilização e alerta.
CUIDADO É PRECISO
Pondo o problema em termos simples, parte significativa das crianças sofre de cáries porque os pais também apresentam este tipo de problemas e não têm por rotina preveni-los e tratá-los. À medida que as novas gerações possam vir a beneficiar de uma educação oral mais sólida, assim os seus filhos terão menos doenças, numa evolução que é, antes de mais, de mentalidades e, por isso, mesmo dilatada no tempo. Os portugueses têm todas as hipóteses de apresentarem sorrisos mais felizes. Mas é preciso que os procurem.
«Os problemas de saúde oral, em qualquer idade, têm uma origem muito diversa. Começam pelo aspecto genético e constitucional – há pessoas mais ou menos frágeis a nível dentário – e acabam nas questões infecciosas, passando pela alimentação e higiene», afirma Paula Faria Marques.
Se contra a genética pouco ou nada há a fazer, em contrapartida existem inúmeras estratégias que podem ser adoptadas em prol de uma boca saudável. A começar pelo equilíbrio biológico. «Logo após o nascimento, a cavidade oral da criança é colonizada por vários tipos de agentes, que compõem a chamada flora oral, com características que permanecem ao longo de toda a vida. Se os pais, outros familiares e cuidadores conseguirem que essa flora seja constituída pelo menor número possível de bactérias agressivas [ver caixa], esse é um bom caminho para começar a travar o aparecimento posterior de cáries», considera a professora universitária. Ou seja, quanto menos ‘caldo infeccioso’ existir à partida, menos hipótese têm as bactérias de decomporem os resíduos alimentares, transformando-os em ácidos que vão atacar o esmalte dos dentes, dando origem à cárie.
Reconhecer que grande parte do contágio pode ser evitado facilmente não é fácil para muitas famílias, ainda a braços com «um défice assinalável na educação e sensibilização para a saúde oral». Para Paula Faria Marques, embora «os padrões tenham vindo lentamente a melhorar», continua a persistir «uma distorção de valores por parte dos adultos, que remetem estas questões para um papel secundário», especialmente quando os filhos ainda não têm dentição ou apresentam ‘apenas’ os dentes de leite. Uma distorção que, como é visível no caso da Carolina, pode ser extensível aos profissionais de saúde.
DE LEITE, MAS IMPORTANTES
A primeira dentição, chamada «de leite» tem funções que vão muito para além da mastigação dos alimentos enquanto a criança não ganha os dentes definitivos. É por isso que descurar os cuidados nesta fase – esperando que os dentes sejam substituídos em vez de os tratar – pode ter consequências que se arrastam durante toda a vida.
«Imaginemos um diagnóstico em que uma criança possui um dente de leite com uma cárie e abcesso. Não me parece razoável admitir a persistência dessa infecção durante vários anos. Em primeiro lugar, porque mais tarde ou mais cedo a criança vai sofrer com dores e, em segundo lugar, porque esta situação dá lugar a uma disseminação contínua de pus para o resto do corpo, com natural enfraquecimento do organismo», considera Paula Faria Marques. «Se os pais se preocupam em curar uma ferida infectada em qualquer outro lugar, deveriam ter o mesmo cuidado em relação a uma infecção oral na criança. Basta pensar um pouco para perceber que os riscos são idênticos», adianta.
Orlando Monteiro, Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, coloca a tónica noutros aspectos. «Uma criança pequena que sofra de cáries nos dentes de leite vai, muito provavelmente, ter dificuldades na mastigação, podendo perder peso de forma significativa, e, se já frequentar a escola, pode apresentar também um elevado absentismo e dificuldades de rendimento», observa.
Paula Faria Marques observa regularmente situações em que a degradação da dentição de leite é tão grave que dá lugar ao desaparecimento total da coroa e o único vestígio de que naquele local da gengiva esteve implantado um dente são as raízes. Se esta situação não traz desconforto de maior à criança vai comprometer o futuro da sua boca. Isto porque outra função essencial dos dentes de leite é a de abrirem caminho aos dentes definitivos e encaminharem a sua erupção, por volta dos seis anos. Ora, se na boca existirem ‘espaços em branco’ o posicionamento da segunda dentição será viciado, já que os dentes definitivos não seguem uma linha de implantação que permita mastigar de forma normal, a língua e as gengivas podem ser afectadas e até, nos casos mais graves, há lugar a dificuldades na fala.
MAIS ESCOVA, MENOS DOCES
Para que as crianças apenas visitem o dentista a fim de confirmar que a boca continua saudável, existe uma equação que permanece fundamental: mais escova e menos alimentos doces. Todos os alimentos que ingerimos têm um potencial cariogénico, ou seja, podem abrir caminho ao aparecimento de cáries. Mas esse potencial é muito maior no caso dos doces, dado que a sua metabolização na boca dá origem a ácidos mais difíceis de neutralizar. A situação fica ainda pior se houver uma ingestão continuada de açúcar durante largos períodos de tempo. «Quando os alimentos entram na boca, dá-se um abaixamento do nível de pH, que antes estava neutro e passa a estar ácido. Através da escovagem, ingestão de água, movimentos de auto-limpeza das bochechas e língua e acção da saliva, o pH neutro acaba por ser reposto. No entanto, se se volta a ingerir algo antes dessa reposição, o pH oral mantém-se ácido por muito tempo, o que facilita a acção das bactérias causadoras da cárie», explica Paula Faria Marques. Assim, é muito mais perigoso para o sorriso petiscar guloseimas e ‘snacks’ de hora a hora do que devorar uma tablete inteirinha de chocolate de uma só vez…
António Vasconcelos Tavares, director da FMDL e pró-reitor da Universidade de Lisboa, adianta que o consumo excessivo de doces deveria fazer disparar os sinais de alarme não só nos campos da saúde oral e da obesidade, «os mais falados», como também no campo das patologias do foro diabético, consideradas como um dos grandes problemas de saúde pública das próximas décadas. «Provocando ‘disparos’ no níveis de glicemia do organismo, chega a um ponto em que o pâncreas deixa de conseguir responder com a quantidade de insulina necessária ao processamento desse açúcar no sangue», recorda.
Um bom princípio para que os doces não se transformem num grande pomo de discórdia entre pais e filhos é introduzi-los na dieta infantil o mais tarde possível recorrendo, porém, ao bom senso e não entrando em extremismos que podem vir a revelar-se contraproducentes. «Chega uma altura em que cortar o açúcar é socialmente muito complicado: em todas as festas infantis a ‘tentação’ está presente e que de que nos serve uma criança com dentes óptimos mas que fica completamente infeliz porque vê os amigos a deliciarem-se com guloseimas quando ela está impedida de o fazer?», questiona a Paula Faria Marques. O segredo é «não facilitar o acesso à partida. Nenhuma criança até aos dois ou três anos procurará ingerir alimentos doces se tal não lhe for oferecido. Terá muito tempo de os provar e, até lá, existe tempo suficiente para iniciar bons hábitos alimentares e de higiene oral.»
O melhor mesmo, nunca é demais repeti-lo, é pegar na escova e na pasta sempre que necessário. «Se a criança tiver horários regulares de alimentação é relativamente fácil introduzir a escovagem dos dentes como uma rotina que pertence às refeições», diz a docente universitária, reconhecendo o «papel importante» que os jardins-de-infância e as escolas podem desempenhar em todo este processo. Tanto na sensibilização como na aplicação dos princípios.
Numa primeira fase da limpeza dos dentes, a acção dos adultos é fundamental, para garantir que a remoção da placa bacteriana é feita com eficácia em toda a dentição e não apenas nos dentes que ficam visíveis quando se sorri… Mas tal não significa que a criança, por pequena que seja, não possa ser incentivada nas suas tentativas de manuseamento da escova: «Como em tudo, ao brincar durante a lavagem dos dentes, ela está a aprender como se faz. E as práticas aprendidas de uma forma lúdica criam raízes mais sólidas do que as que são apresentadas de uma forma mais ou menos imposta», conclui Paula Faria Marques.
de pequenino se limpa o dentinho
Uma boca sã é ‘construída’ antes do aparecimento dos dentes. Tudo começa pela saúde oral da mãe, já que quanto melhor esta for mais hipóteses a criança tem de não ser contaminada por bactérias excessivamente patogénicas. Para além disso, existe muito a fazer:
. A higienização da cavidade oral pode ter início desde o nascimento. Pelo menos uma vez por dia deve ser passado um dedo, com uma gaze ou um paninho turco embebidos em água fervida, nas gengivas, bochechas e parte de cima da língua do bebé, de forma a remover a película bacteriana e os resíduos alimentares;
. No cuidado diário existem atitudes que devem ser evitadas. Não introduzir nunca a chucha em bocas alheias, não provar a comida com a mesma colher que vai servir para alimentar o bebé ou não beber pelo mesmo copo são apenas alguns exemplos;
. Habituar a criança à escovagem diária, logo que surge o primeiro dente. Numa fase inicial a pasta é dispensável, mas torna-se um bom aliado a partir dos dois anos. Mas nunca devem ser utilizadas substâncias destinadas a adultos nem fio dental nos dentes de leite;
. A criança deve ser observada pelo médico durante o primeiro ano, de forma a iniciar um projecto individual de saúde oral;
. Durante o período dos dentes de leite, e salvo o aparecimento de qualquer problema, a criança deve ir ao dentista uma vez por ano. A partir do momento em que surgem os dentes definitivos, as idas ao dentista deverão passar a semestrais.
Fonte:http://www.paisefilhos.pt/index.php/criancas/dos-3-aos-5-anos-menu-criancas-63/2572-sorrisos-felizes
Estas notícias, que já não são optimistas, agravam-se na faixa etária dos oito aos 16 anos, com «47 por cento de cáries presentes na população rastreada», de acordo com o presidente da SPEMD, José Pedro Figueiredo, que lamenta a «falta de motivação, informação ou formação da população para a necessidade de hábitos de saúde oral e métodos de higiene oral adequados.»
Paula Faria Marques, regente da cadeira de Odontopediatria da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa (FMDL), concorda em absoluto com a última afirmação. Embora refira que a iniciativa da SPEMD não pode ser entendida como uma ilustração perfeita da realidade nacional, já que lhe falta «abrangência e metodologia científica», reconhece que os números obtidos «chamam a atenção para o que é importante e, aí, o Mês de Saúde Oral atinge os seus objectivos» de sensibilização e alerta.
CUIDADO É PRECISO
Pondo o problema em termos simples, parte significativa das crianças sofre de cáries porque os pais também apresentam este tipo de problemas e não têm por rotina preveni-los e tratá-los. À medida que as novas gerações possam vir a beneficiar de uma educação oral mais sólida, assim os seus filhos terão menos doenças, numa evolução que é, antes de mais, de mentalidades e, por isso, mesmo dilatada no tempo. Os portugueses têm todas as hipóteses de apresentarem sorrisos mais felizes. Mas é preciso que os procurem.
«Os problemas de saúde oral, em qualquer idade, têm uma origem muito diversa. Começam pelo aspecto genético e constitucional – há pessoas mais ou menos frágeis a nível dentário – e acabam nas questões infecciosas, passando pela alimentação e higiene», afirma Paula Faria Marques.
Se contra a genética pouco ou nada há a fazer, em contrapartida existem inúmeras estratégias que podem ser adoptadas em prol de uma boca saudável. A começar pelo equilíbrio biológico. «Logo após o nascimento, a cavidade oral da criança é colonizada por vários tipos de agentes, que compõem a chamada flora oral, com características que permanecem ao longo de toda a vida. Se os pais, outros familiares e cuidadores conseguirem que essa flora seja constituída pelo menor número possível de bactérias agressivas [ver caixa], esse é um bom caminho para começar a travar o aparecimento posterior de cáries», considera a professora universitária. Ou seja, quanto menos ‘caldo infeccioso’ existir à partida, menos hipótese têm as bactérias de decomporem os resíduos alimentares, transformando-os em ácidos que vão atacar o esmalte dos dentes, dando origem à cárie.
Reconhecer que grande parte do contágio pode ser evitado facilmente não é fácil para muitas famílias, ainda a braços com «um défice assinalável na educação e sensibilização para a saúde oral». Para Paula Faria Marques, embora «os padrões tenham vindo lentamente a melhorar», continua a persistir «uma distorção de valores por parte dos adultos, que remetem estas questões para um papel secundário», especialmente quando os filhos ainda não têm dentição ou apresentam ‘apenas’ os dentes de leite. Uma distorção que, como é visível no caso da Carolina, pode ser extensível aos profissionais de saúde.
DE LEITE, MAS IMPORTANTES
A primeira dentição, chamada «de leite» tem funções que vão muito para além da mastigação dos alimentos enquanto a criança não ganha os dentes definitivos. É por isso que descurar os cuidados nesta fase – esperando que os dentes sejam substituídos em vez de os tratar – pode ter consequências que se arrastam durante toda a vida.
«Imaginemos um diagnóstico em que uma criança possui um dente de leite com uma cárie e abcesso. Não me parece razoável admitir a persistência dessa infecção durante vários anos. Em primeiro lugar, porque mais tarde ou mais cedo a criança vai sofrer com dores e, em segundo lugar, porque esta situação dá lugar a uma disseminação contínua de pus para o resto do corpo, com natural enfraquecimento do organismo», considera Paula Faria Marques. «Se os pais se preocupam em curar uma ferida infectada em qualquer outro lugar, deveriam ter o mesmo cuidado em relação a uma infecção oral na criança. Basta pensar um pouco para perceber que os riscos são idênticos», adianta.
Orlando Monteiro, Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, coloca a tónica noutros aspectos. «Uma criança pequena que sofra de cáries nos dentes de leite vai, muito provavelmente, ter dificuldades na mastigação, podendo perder peso de forma significativa, e, se já frequentar a escola, pode apresentar também um elevado absentismo e dificuldades de rendimento», observa.
Paula Faria Marques observa regularmente situações em que a degradação da dentição de leite é tão grave que dá lugar ao desaparecimento total da coroa e o único vestígio de que naquele local da gengiva esteve implantado um dente são as raízes. Se esta situação não traz desconforto de maior à criança vai comprometer o futuro da sua boca. Isto porque outra função essencial dos dentes de leite é a de abrirem caminho aos dentes definitivos e encaminharem a sua erupção, por volta dos seis anos. Ora, se na boca existirem ‘espaços em branco’ o posicionamento da segunda dentição será viciado, já que os dentes definitivos não seguem uma linha de implantação que permita mastigar de forma normal, a língua e as gengivas podem ser afectadas e até, nos casos mais graves, há lugar a dificuldades na fala.
MAIS ESCOVA, MENOS DOCES
Para que as crianças apenas visitem o dentista a fim de confirmar que a boca continua saudável, existe uma equação que permanece fundamental: mais escova e menos alimentos doces. Todos os alimentos que ingerimos têm um potencial cariogénico, ou seja, podem abrir caminho ao aparecimento de cáries. Mas esse potencial é muito maior no caso dos doces, dado que a sua metabolização na boca dá origem a ácidos mais difíceis de neutralizar. A situação fica ainda pior se houver uma ingestão continuada de açúcar durante largos períodos de tempo. «Quando os alimentos entram na boca, dá-se um abaixamento do nível de pH, que antes estava neutro e passa a estar ácido. Através da escovagem, ingestão de água, movimentos de auto-limpeza das bochechas e língua e acção da saliva, o pH neutro acaba por ser reposto. No entanto, se se volta a ingerir algo antes dessa reposição, o pH oral mantém-se ácido por muito tempo, o que facilita a acção das bactérias causadoras da cárie», explica Paula Faria Marques. Assim, é muito mais perigoso para o sorriso petiscar guloseimas e ‘snacks’ de hora a hora do que devorar uma tablete inteirinha de chocolate de uma só vez…
António Vasconcelos Tavares, director da FMDL e pró-reitor da Universidade de Lisboa, adianta que o consumo excessivo de doces deveria fazer disparar os sinais de alarme não só nos campos da saúde oral e da obesidade, «os mais falados», como também no campo das patologias do foro diabético, consideradas como um dos grandes problemas de saúde pública das próximas décadas. «Provocando ‘disparos’ no níveis de glicemia do organismo, chega a um ponto em que o pâncreas deixa de conseguir responder com a quantidade de insulina necessária ao processamento desse açúcar no sangue», recorda.
Um bom princípio para que os doces não se transformem num grande pomo de discórdia entre pais e filhos é introduzi-los na dieta infantil o mais tarde possível recorrendo, porém, ao bom senso e não entrando em extremismos que podem vir a revelar-se contraproducentes. «Chega uma altura em que cortar o açúcar é socialmente muito complicado: em todas as festas infantis a ‘tentação’ está presente e que de que nos serve uma criança com dentes óptimos mas que fica completamente infeliz porque vê os amigos a deliciarem-se com guloseimas quando ela está impedida de o fazer?», questiona a Paula Faria Marques. O segredo é «não facilitar o acesso à partida. Nenhuma criança até aos dois ou três anos procurará ingerir alimentos doces se tal não lhe for oferecido. Terá muito tempo de os provar e, até lá, existe tempo suficiente para iniciar bons hábitos alimentares e de higiene oral.»
O melhor mesmo, nunca é demais repeti-lo, é pegar na escova e na pasta sempre que necessário. «Se a criança tiver horários regulares de alimentação é relativamente fácil introduzir a escovagem dos dentes como uma rotina que pertence às refeições», diz a docente universitária, reconhecendo o «papel importante» que os jardins-de-infância e as escolas podem desempenhar em todo este processo. Tanto na sensibilização como na aplicação dos princípios.
Numa primeira fase da limpeza dos dentes, a acção dos adultos é fundamental, para garantir que a remoção da placa bacteriana é feita com eficácia em toda a dentição e não apenas nos dentes que ficam visíveis quando se sorri… Mas tal não significa que a criança, por pequena que seja, não possa ser incentivada nas suas tentativas de manuseamento da escova: «Como em tudo, ao brincar durante a lavagem dos dentes, ela está a aprender como se faz. E as práticas aprendidas de uma forma lúdica criam raízes mais sólidas do que as que são apresentadas de uma forma mais ou menos imposta», conclui Paula Faria Marques.
de pequenino se limpa o dentinho
Uma boca sã é ‘construída’ antes do aparecimento dos dentes. Tudo começa pela saúde oral da mãe, já que quanto melhor esta for mais hipóteses a criança tem de não ser contaminada por bactérias excessivamente patogénicas. Para além disso, existe muito a fazer:
. A higienização da cavidade oral pode ter início desde o nascimento. Pelo menos uma vez por dia deve ser passado um dedo, com uma gaze ou um paninho turco embebidos em água fervida, nas gengivas, bochechas e parte de cima da língua do bebé, de forma a remover a película bacteriana e os resíduos alimentares;
. No cuidado diário existem atitudes que devem ser evitadas. Não introduzir nunca a chucha em bocas alheias, não provar a comida com a mesma colher que vai servir para alimentar o bebé ou não beber pelo mesmo copo são apenas alguns exemplos;
. Habituar a criança à escovagem diária, logo que surge o primeiro dente. Numa fase inicial a pasta é dispensável, mas torna-se um bom aliado a partir dos dois anos. Mas nunca devem ser utilizadas substâncias destinadas a adultos nem fio dental nos dentes de leite;
. A criança deve ser observada pelo médico durante o primeiro ano, de forma a iniciar um projecto individual de saúde oral;
. Durante o período dos dentes de leite, e salvo o aparecimento de qualquer problema, a criança deve ir ao dentista uma vez por ano. A partir do momento em que surgem os dentes definitivos, as idas ao dentista deverão passar a semestrais.
Fonte:http://www.paisefilhos.pt/index.php/criancas/dos-3-aos-5-anos-menu-criancas-63/2572-sorrisos-felizes
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