sábado, 9 de janeiro de 2010

12º dia de estágio - 08/01/10


Esta semana deu-se também o regresso aos nossos locais de estágio. Cheguei à instituição por volta das 9:00 como é norma, num dia de muito frio diga-se, e já algumas tartarugas esperavam pelo educador que não tardara a chegar. Assim que chegou formaram um comboio e entraram rapidamente para dentro da sala. Eu fui ajeitando a mesma enquanto as crianças já utilizavam um cesto para brincar sob o aviso de uma das auxiliares. Dentro de pouco tempo, as crianças começaram a brincar com mais cestos. Vinham ter comigo para fazer algumas brincadeiras, enquanto o educador da sala preparava a actividade do dia. Pinturas com Digitinta. Poderia ter sido mais uma actividade normal, mas não o foi. Esta actividade foi de muita interacção entre mim e o educador devido a dois pontos essenciais. A interpretação dos desenhos e a análise conjunta dos mesmos. Começando pelas crianças de 3, depois 4 e seguidamente as de 5 anos, todas elas se deslocavam uma a uma até ao quadro de pintura com várias cores à disposição. Nas de 3 anos não havia qualquer tipo de imposição em relação ao desenho. As de 4 anos teriam de fazer o céu e o sol, enquanto que as de 5 anos teriam de conter na pintura alguns desenhos essenciais como uma pessoa ou nuvens. A partir daqui, as análises eram feitas de formas muito variadas. Em primeiro lugar era necessário observar o desenvolvimento de vários aspectos como o Movimento de Pinça, a Motricidade, a Concentração, o Preenchimento de espaços, a Mudança Autónoma de Cores, o Controlo Óculo Motor, as Pinturas Mónocromáticas, o Eixo Médio, a Postura, a Distinção entre a linha de tecto e a linha de solo ou a Insegurança. Com a ajuda do educador tanto eu como a auxiliar de sala, percebemos melhor vários conceitos e aspectos das pinturas de uma criança.

Movimento de Pinça - O Educador pedia para que efectuassem o movimento de pinça, pegando o lápis entre o polegar e o indicador de forma a mostrar que é desta forma que também se pega no pincel.

Motricidade - A forma como as crianças efectuavam o tal movimento de pinça, o controlo que tinham no pulso e na mão ou a zona onde seguravam o pincel (mais em cima ou em baixo) permitia observar o controlo da motricidade.

A Concentração - Permitia ver se a criança estava concentrada na pintura ou se se distraia facilmente com o barulho e as brincadeiras dos colegas.

O Preenchimento de espaços - Se para uma criança pintar pode significar fazer desenhos, para outras significa apenas preencher toda a folha com cores. Aqui não se valoriza tanto aspectos como a quantidade de tinta utilizada ou as formas, visto que nos mais pequenos a pintura sai abstracta, mas sim a preocupação ou não em ocupar os espaços de toda a folha.

Mudança Autónoma de Cores - Foi perceptível que para algumas crianças era necessário efectuar uma chamada de atenção sob o perigo de pintarem a folha toda da mesma cor. Mas a partir daqui foi possível observar que começam a perceber autonomamente que se podem mudar uma vez, então podem mudar mais vezes.

O controlo Óculo - Motor - Permite coordenar o auto-controlo. Revela maturidade e permite que não misturem as cores.

Pinturas Mónocromaticas - Este aspecto tem a ver com a maturação de cada criança. A criança utiliza apenas uma cor e ocupa apenas um espaço da folha. Foi muito interessante observar o educador a analisar a visão da criança tapando-lhe um olho de cada vez de modo a perceber os seus niveis de percepção

Eixo Médio - Para algumas crianças pode ser complicado atravessar o eixo médio, revelando serem ainda ambidestras em relação à pintura, ou seja, se estão a pintar no lado direito utilizam a mão direita, mas se a pintura começar a descair para o lado esquerdo então elas começam a pintar com a mão esquerda. É ainda muito interessante ver que quando pintam um sol, este raramente fica no meio da folha. O sol fica sempre do lado da escrita. Se for uma criança destra, desenhará por norma o sol do lado direito. Já uma criança canhota irá desenhar do lado esquerdo.

Postura - Algumas crianças pintam de lado. Aliado a este aspecto está ainda a dificuldade em ultrapassar o tal eixo médio, fazendo com que se desloquem para a esquerda ou para a direita consoante a necessidade que têm ao pintar.

Distinção entre a linha de tecto e a linha de solo - Nas crianças de 4 anos, já foi possível observar esta distinção. O educador exigia o céu. Contudo elas pintavam também a relva na parte inferior da folha, colocando sempre o céu no topo da mesma. Isto revela a noção que têm do espaço da folha e a capacidade de distinguir a linha de tecto (cima) e a linha de solo (baixo)

Insegurança - Este conceito pode implicar pânico. Se a pintura começar a correr bem, então é meio caminho andado. Se começar a correr mal, tentam despachar-se o mais depressa possível, causando stress, acabando a pintura por não sair bem e nem responderem às questões da forma mais correcta.

Referencia Vs Centro do mundo - Existem dois pontos importantes neste aspecto. Ou as crianças desenham a pessoa de referencia e a quem são mais chegadas como o pai ou a mãe, ou então revelam uma grande auto estima e são o centro do mundo desenhando-se a elas próprias em ponto muito grande e por norma ao centro da folha.

Estes foram os aspectos principais de toda a análise efectuada à actividade. A manhã prosseguiu com o almoço, onde ajudei sempre que necessário. Destaque ainda para a tal criança que é um caso sério para almoçar. Desta vez e apesar de uma nova abordagem, visto que o educador pediu aos pais para que não lhe dessem nada que comer de manhã para que não tivesse mesmo nada que vomitar quando tenta puxar o vómito, o pequeno Rafael continuou a não comer e a provocar na mesma o tal vómito. Contudo desta vez a situação foi bem mais grave tendo de levar um forte "Aperto" do educador, pois cuspia todo o comer sujando inclusive os colegas e o próprio educador. Seguiu-se a minha hora de almoço e depois fui um pouco ao exterior. No regresso as crianças ainda estavam acordadas, mas rapidamente todas se deixaram dormir, enquanto eu ajudava as crianças de 5 anos a resolverem puzzles. Por volta das 15 horas, todas se levantaram, tiraram os lençóis que guardaram nas mochilas, foram à casa de banho e sentavam-se para lanchar. O lanche correu dentro da normalidade, sendo que o caso de rafael começa a fazer parte da normalidade. À medida que se iam despachando, iam para o átrio enquanto eu, a auxiliar e o educador limpávamos a sala. Assim que estava limpa, voltaram para dentro, pois o frio era muito para se ir ao exterior. Brincaram o resto da tarde com os cestos até por volta das 17:30. Eu fiquei no infantário até às 18:30, tentando ajudar numa falta de pessoal que houve neste dia. Tento sempre dar o meu contributo e quanto mais tempo permanecer maior será sempre a minha aprendizagem. A partir das 17:30 vimos o filme do Pateta, até a última mãe ir buscar o pequeno Ruben. Apagaram-se as luzes e fechou-se a porta da Gotinha de água. Mas um dia de estágio rico em novos ensinamentos. Mais um dia de estágio terminado.

1 comentários:

Vânia disse...

Fafa =P

Epah acho que nunca comentei o teu blog =X
Mas sabes muito bem que nao tenho tempo para andar assim a fazer comentários, quando vou ao blog é mesmo só para fazeres as minhas postagens =D
Epahh sabes que tens o blog mais que actualizado não é =)
Mas está 10*
(estou a brincar fafa)
Mas sim está muito giro...

E qq coisa já sabes podes apitar simm? =P
Beijinhosss