Estreou recentemente o filme "O sítio das coisas selvagens". Um filme onde uma criança descobre através da sua fértil imaginação, o local onde moram os monstros. É nesse local que ele vive as maiores aventuras com os seus novos amigos imaginários. Mas sabem o que é um amigo imaginário? Sabem a importância que tem? Vamos descobrir.
Muitas crianças, até mais do que sabemos, possuem amigos imaginários. Se nos aproximássemos mais de seus mundos infantis saberíamos disso. Por não saberem que essa é uma experiência comum na infância, muitos pais recorrem aos psicólogos, preocupados que esse possa ser um desvio de comportamento. Nem sempre é necessária tanta preocupação, porém compreendendo melhor a função “desse amigo” na vida da crianças, os adultos terão mais informações que vão ajudará-los a avaliar a situação caso a caso.
Amigos imaginários surgem por diversas razões, desde crianças bastante lúdicas e criativas até crianças que, de fato, apresentam questões emocionais mais profundas. Essa questão não deve ser avaliada isoladamente e sim sempre inserida em um contexto mais amplo.
Algumas crianças criam seus amigos imaginários simplesmente para que possam se divertir e aproveitar ainda mais uma determinada brincadeira, e essa criação pode ser fruto de uma ou mais crianças juntas para por exemplo acrescentar personagens, complementar diálogos, enfim qualquer uso que traga mais animação ao jogo.
Já em outras situações vemos uma determinada criança fazer uso de seu amigo imaginário como forma de tentar lidar com dificuldades emocionais que esteja vivenciando, ele passa a ser uma forma de “alter ego” ou companhia segura que lhe oferece sustentação e apoio. Inesgotáveis questões emocionais podem levar ao surgimento de um amigo imaginário como solidão, medos, angústias, dificuldade em comunicar o que sente, ausência de vínculos afetivos, traumas, perdas e daí por diante. Ao contrário de sua própria realidade, muitas vezes sofrida, que não pode ser controlada, é possível a realidade de seu amigo imaginário ser diferente e dessa forma a criança cria compensações para o que falta ou o que muito deseja em seu dia-a-dia.
Os pais, sempre que possível ou que a criança permitir, podem com interesse se aproximar de seu filho nesses momentos, perguntando sobre o amigo, o que ele gosta, como ele é, o que gostam de fazer juntos, propondo até, participar da brincadeira. Por meio dessa aproximação, os pais poderão ter uma compreensão maior do mundo interno de seus filhos e essa experiência poderá ser uma possibilidade de abrir uma conversa sobre os sentimentos da criança ou sobre o momento emocional que ela está atravessando.
De uma forma ou de outra, o surgimento de um amigo imaginário nos avisa que a criança alcançou um determinado nível do desenvolvimento intelectual, possuindo já alguma capacidade de simbolização, ou seja, uma saída da vida mental concreta para a simbólica, que ainda continuará seu processo de desenvolvimento ao longo dos anos seguintes.
Alcançar esse ponto é algo necessário e saudável, pois ao brincar e fantasiar a criança coloca em expressão o seu mundo interno, e esse processo as ajuda a elaborar toda a enorme gama de sentimentos que se tornam cada vez mais complexos à medida que ela amadurece.
O Sítio das Coisas Selvagens
O filme conta a história de Max, um rapaz indisciplinado e sensível que se sente incompreendido em casa e decide fugir para o sítio das Coisas Selvagens. Max vai ter a uma ilha onde encontra criaturas misteriosas e estranhas, cujas emoções são tão selvagens e imprevisíveis como as suas acções. As Coisas Selvagens procuram desesperadamente um líder para orientá-los, tal como Max anseia por um reino para governar. Quando Max é coroado rei, ele promete criar um lugar onde todos serão felizes. No entanto, cedo descobre que governar o seu reino não é tão fácil como parece e os seus relacionamentos tornam-se complicados.
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