sábado, 27 de fevereiro de 2010

19º Dia de Estágio - 26/02/10

Sexta Feira. Mais um dia de estágio. Cheguei um pouco mais cedo desta vez, por isso ainda não estavam muitas tartarugas no átrio. A pouco e pouco iam chegando, inclusive a pequena Joana que claramente já sabe que à Sexta Feira, também lá estou. Assim que me viu deu logo sinais de vida e pulou do carrinho para os meus braços. Estava na altura de entrarmos na sala. As tartarugas brincavam com os cestos, a Joana divertia-se a descalçar um sapato e eu com a ajuda da auxiliar compunha a sala com o seu estado habitual. Brincaram durante uma parte da manhã, até dizermos para arrumarem. Destaque para o jovem David que passou o dia praticamente de castigo já que na Quarta Feira tinha desobedecido a uma auxiliar, procedendo até, de uma forma menos correcta. Aliando isto ao facto de mal entrarmos na sala ter arranjado confusão com um amigo porque queria o mesmo brinquedo, não foi preciso muito para que o educador o pusesse de castigo. Arrumados os cestos dos brinquedos, cantámos algumas músicas, até iniciarmos a actividade do dia.

Leitura da História "Pluma vai de Barco"

A leitura desta história, teve muito mais do que uma simples leitura de palavras. A história do pequeno Urso Pluma, foi quase que dramatizada através da expressão por parte do Educador. Isto acontece, porque ler uma história infantil tem os seus segredos.

  • Notou-se que o educador adaptava-se ao público de uma forma exemplar, captando a atenção de todas as crianças.
  • O Educador dava ênfase às peripécias que aconteciam ao longo da história, criando suspense e prolongando o efeito das situações, adiando o desfecho esperado já que as crianças se mostravam interessadas.
  • Toda a narrativa era realizada através de um diálogo coerente de adaptação a várias idades, já que o grupo era heterógeneo.
  • Foi uma história escolhida pelo o educador, fazendo com que se torne mais fácil contar, visto que se deve sempre escolher algo de que gostemos e ao mesmo tempo cative as crianças.
  • O educador indicou em primeiro lugar os elementos chave da história. Deu a conhecer o Pluma e o seu habitat natural, o Pólo Norte, falando da neve, da cor branca e do frio.
  • A história era contada como se estivéssemos a visualizar a mesma por diversas cenas diferentes e apesar de as ilustrações nos transportarem para essas mesmas cenas, o educador conseguia tirar o melhor partido delas.
  • Conforme as reacções das crianças, o educador ia ajustando-se ao desenrolar da historia.
  • As crianças eram envolvidas no relato sempre que possível, destacando até a própria iniciativa do educador em ir buscar um menino de outra sala, como o mesmo nome de uma personagem da história, o Gato Jonhy. O Educador perguntou então se tinha sido o menino a ajudar o pluma, já que também se chamava Johny. As crianças, gostaram muito desta interacção.
  • As crianças repetiam frases, gestos e complementavam ideias através das perguntas do educador.
  • No final do conto, todos sabiam os elementos chave da história e jogaram ainda um jogo em que tinham de achar na ilustração algo pretendido pelo educador.

Foram estes os pontos chave retirados desta actividade de leitura. Seguiu-se a hora de almoço, mas não sem antes terem esticado um pouco as pernas no exterior. Era de aproveitar, enquanto a chuva dava descanso. Ajudei a auxiliar a colocar a mesa e dei o comer à pequena Joana. A menina deixou-se dormir nos meus braços e nem chegou a comer tudo. O educador colocou-a a dormir, e assim que acordasse acabaria. Ajudei então na hora de almoço sempre que necessário e assim que a menina acordou terminei de lhe dar o almoço. Quando o fiz, fui almoçar. Depois fui um pouco ao exterior e quando voltei já faziam a sesta. Pelo menos alguns. A hora da sesta correu dentro da normalidade e assim que se levantaram, fizeram o tal ritual. Calçar sapatos, tirar e arrumar lençóis, ir à casa de banho e sentar à mesa para o lanche. Esta semana era pão e leite com chocolate. Todos se despacharam relativamente rápido, sendo que existe sempre uma ou outra excepção à regra. Depois de limparmos a sala, sentaram-se no tapete da sala e cantamos algumas músicas todos juntos. Com o passar do tempo, juntaram-se aos meninos da minha sala, meninos de mais duas salas, levando a que fosse extremamente difícil controlar o grupo, que ficou com cerca de 26 meninos. Nada mau hã! Mas é bom, para a aprendizagem. Serviu também para melhorar os níveis de capacidade das cordas vocais. Até ao final do dia, jogamos aos jogo das cadeiras, brincaram com puzzles e legos e leram livros. Destaque ainda para três situações chave. Uma menina chamada Rafaela que surpreendeu-me a todos os níveis quando o educador pediu para que lesse uma palavra e ela fê-lo. Ao que parece a menina aprendeu a ler sozinha e quando digo ler, não é uma ou outra. São muitas. O nível de aprendizagem para aquela menina está altíssimo. De vez em quando aparecem casos destes. O caso do David também foi algo muito interessante, porque quando a mãe do menino o foi buscar teve um diálogo muito interessante connosco e com ele. Dissemos que tinha estado de castigo e a mãe questionou desde quando. De facto, quando eu reparei que o pequeno estava de castigo, apenas me apercebi que tinha sido por uma desavença com um amigo relacionada com um boneco, sem me aperceber contudo dentro de que contexto. Assim, não pude especificar muito, desde que altura ele já estava de castigo. Depois ouve ainda a situação de Lara que estava fora da sala e disse perante o pai e a auxiliar que tinha me pedido a mim para ir à casa de banho. Contudo não era verdade, pois a menina não tinha vindo ter comigo pedir para ir e apesar de poder ter vindo e eu não me lembrar, a auxiliar confirmou que também não tinha se apercebido de nada até porque estávamos todos juntos. Mas o pai também compreendeu e disse que nestes casos temos mesmo de ralhar porque não podem fazer o que querem. Pouco depois despedi-me das auxiliares e entrei em mais um fim de semana. Até à próxima.

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