sábado, 13 de fevereiro de 2010

Hoje vamos ler ... O Rato Dentolas

Ainda à pouco tempo, a professora de Português nos falou da experiencia da sua filhota que espera um presente das fadinhas que lhe levam os dentinhos que caem. Muito bem. Se hoje são fadinhas, outrora fora um rato. O Rato Dentinhos ou Dentolas é um mito que ainda hoje deslumbra as crianças que acordam com a esperança de terem uma pequena lembrança em troca do seu dentinho de leite.

O Rato Dentolas

Hoje vou contar-vos uma história, a história do Rato Dentolas; ou seja, a minha história: a história de um ratinho trabalhador.

Toda a minha família e eu vivíamos numa pequena casa: sim, o papá rato Dentolas e a mamã rata Anita.

A nossa casa era como todas as casas de ratinhos: um buraquinho (nem muito grande nem muito pequenino) para que nenhum gato nos pudesse apanhar.

Dentro havia rolinhos de lã que nos serviam de abrigo no Inverno, pedacinhos de jornal para que o papá soubesse sempre o que se estava a passar no mundo, queijinhos duros, brancos, com buracos e sem buracos (são os nossos preferidos).

Um dia tive uma ideia: mudar-nos! Mas para uma casa diferente das outras. Uma casa muito grande, cómoda, limpa e muito branca.

Pensei, pensei, e decidi que o melhor seria ir viver para um castelo. Fui a correr, contei à minha família; todos saltaram e abanaram os seus rabinhos com alegria. Teríamos um castelo só para nós, sem gatos e com muitos queijinhos!

Então surgiu o grande problema: como é que o havíamos de construir?

A mamã pensou:

- Com algodão, mas... ia durar muito pouco.

O papá disse:

- Com papel! Não... voaria rapidamente.

Nesse momento ocorreu-me uma ideia genial: propor a todas as crianças do mundo que, quando lhes caíssem os dentes, mos entregassem a mim, para poder construir com eles o melhor e mais branco castelo jamais visto ou imaginado antes.

Isso sim, mas com uma condição: como sou muito tímido, os dentes que vos caírem, deverão deixá-los debaixo da almofada, para que quando estiverem a dormir, eu possa passar para ir buscá-los muito devagarinho e sem fazer nem um pequeno ruídinho. Mas, atenção!

Como somos ratos agradecidos e gostamos de fazer surpresas, vão ver que vou levar o dente mas vou deixar algo em troca.

O quê! Ah! Não, não se diz; se o dissesse, deixaria de ser uma surpresa.

Sabem uma coisa? Gostava que o meu castelo fosse o maior, que os vossos dentijolos (dentes que são tijolos) estivessem sempre limpos, fortes e muito bem cuidados. Por isso lembrem-se de mim e cuidem bem deles, escovando-os como deve ser, não comendo demasiados doces e visitando o dentista.

E lembrem-se de que:

" Já no tempo dos meus avozinhos, o rato Dentolas juntava dentinhos.

Por isso, como disse o meu tio Martim, este é um castelo que não tem fim."


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