sábado, 10 de outubro de 2009

Enurese Nocturna - Como ajudar?

Esta semana resolvi falar sobre um problema que conhecia mas não pelo nome que passo a citar: Enurese Nocturna. Durante o estágio, vemos meninos diferentes e em diversas situações. Uma situação recorrente e que pode acontecer, é uma criança fazer xixi nas calças ou na cama enquanto dorme a sesta. Lembrei-me de pesquisar um pouco sobre o assunto e encontrei um artigo muito interessante sobre as crianças que apesar de supostamente já não terem idade para fazer "Xixi" na cama, ainda o fazem. Como já referi, a este caso particular dá-se o nome de Enurese Nocturna, mas será que sabemos como ajudar a criança a superar esta fase?

Ele ainda faz chichi na cama!

Se o seu filho tem mais de cinco anos e ainda faz chichi na cama, evite recriminá-lo porque ele tem não culpa.

Os especialistas convencionaram que se usaria o nome Enurese para designar o facto de uma criança ainda fazer chichi na cama, após a idade em que isso já não deveria acontecer.

Em regra, qualquer criança tem capacidades para controlar o músculo esfincteriano durante a noite, por volta dos 3 anos. Contudo, já que cada criança tem o seu próprio ritmo de desenvolvimento, o limite máximo para a aquisição desta competência é os cinco anos.

Assim sendo, se o seu filho tem mais do que esta idade e ainda molha os lençóis, é importante que se mantenha atenta, e procure uma ajuda especializada.

Enurese primária ou secundária?

A Enurese pode ser de dois tipos : primária ou secundária. Considera-se primária, quando a criança nunca conseguiu adquirir o controle dos esfíncteres.

É secundária, se existiu uma regressão, isto é, se já existiu algum tempo em que não eram necessárias fraldas, mas de repente tudo voltou ao início. A Enurese secundária está, muitas vezes, associada a uma situação traumática que se torna necessário desbloquear de forma a evitar graves sequelas psicológicas.

Causas possíveis

É difícil enunciar uma só causa para este problema, já que varia de criança para criança e pode inclusive ser fruto da interacção de diversos factores. Por este motivo, os autores que se debruçam sobre este problema, não chegam a um consenso.

Frequentemente não existem quaisquer problemas de ordem física, embora seja importante que estes sejam avaliados. Excluídos os factores orgânicos, tudo aponta que estejamos perante um problema cujas raízes são emocionais.

É sabido que para as crianças muito pequenas, o acto de urinar ou de conter a urina (na fase de desenvolvimento a que Freud chamou “fase anal” ) encerra um simbolismo que nos permite avaliar a relação com as figuras parentais.

De um modo simples, os psicanalistas defendem que a enurese poderá ser o modo que a criança encontrou para manifestar a sua agressividade e o seu mal-estar face aos pais. Com o passar do tempo, a criança vai encontrando outros modos de se expressar mas, nos casos de enurese secundária há, sem dúvida alguma, uma situação que abalou o equilíbrio psicológico.

A morte de uma pessoa muito querida, o divórcio dos pais, mudança de casa ou de escola, o nascimento de um irmão, são causas bastante frequentes. O que se passa, é que perante situações geradoras de grande ansiedade, a criança volta a assumir comportamentos típicos de uma fase de desenvolvimento anterior ao seu.

O que há a fazer?

A atitude dos pais é muito importante para a solução do problema. Em hipótese alguma devem apelar para os sentimentos de vergonha, mostrando o colchão molhado aos vizinhos e amigos. Deste modo só contribuem para o aumento da ansiedade e, por conseguinte, para que os episódios de enurese sucedam mais frequentemente.

O primeiro passo é consultar o Pediatra por forma a despistar possíveis factores de ordem física. Eliminadas estas causas, há que procurar um psicólogo com vista a avaliar a esfera psico-afectiva. Muitas vezes basta introduzir pequenas mudanças na família, para que tudo passe a correr bastante melhor.

Uma estratégia que resulta bastante bem, é elaborar em conjunto com a criança, um calendário de sucessos e insucessos. Será o próprio a desenhar uma nuvem cada vez que fizer chichi e um sol quando tal não acontecer. Paralelamente, cabe aos pais a tarefa de elogiarem bastante os sucessos e ignorarem os insucessos.

Com o tempo, a situação acaba por se extinguir, sendo importante acentuar que quem mais sofre com tudo isto é a própria criança, já que a sua auto-estima arrisca-se a ficar seriamente melindrada.


0 comentários: