sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O que é a Anorexia Fisiológica?


Esta semana na aula de saúde infantil, falámos sobre vários temas. Alguns deles eram os possíveis sintomas existentes nos bebés. A falta de apetite é um desses sintomas havendo inclusive um disturbio denominado Anorexia Fisiologica da Criança. Sabem o que é? Não? Então podem ver aqui.

A partir do início do segundo ano de vida verifica-se uma desaceleração normal do crescimento – patente aliás no desenho das curvas de crescimento do Boletim de Saúde Infantil e Juvenil: se olharem para ele podem constatar que o número de quilos que a criança vai aumentar no segundo ano é muito menor do que no primeiro, e por aí fora.

Graças a essa desaceleração, que implica uma diminuição da quantidade de alimentos necessária, a que se soma um desinteresse pela comida e pelas refeições (salvo uma ou outra criança mais «amiga do prato»), os vossos filhos poderão passar por períodos em que revelarão falta de interesse pelos ou por alguns alimentos.

Esta anorexia fisiológica pode ser motivo de grande preocupação para os pais e geradora de conflitos intra-familiares (pais versus avós, por exemplo), conduzindo muitas vezes a práticas persuasivas contraproducentes (súplicas, ameaças, refeições demasiadamente prolongadas, rituais, etc) que, uma vez instaladas, podem perdurar durante bastante tempo, perturbando o ambiente do aglomerado familiar e fazendo da hora da refeição um autêntico suplício.

Um aspecto muito típico da evolução normal de algumas crianças é ter fases de grande crescimento e fases de latência, como se o crescimento se processasse em escada - no início de cada patamar, depois de ter crescido (subido o degrau), há um descanso que leva a que a criança não tenha muito apetite. Esta fase pode variar, em duração, de dois ou três dias a semanas.

Depois, passado o meio do patamar, antes de iniciar nova subida (ou seja, de voltar a ter um surto de crescimento), a criança retoma o apetite e começa a comer «como um lobo». Por isso é que, passado o primeiro ano de vida, não é bom estar constantemente a pesar e a medir - tem que se dar tempo ao tempo para várias destas oscilações acabarem por dar um total uniforme, a menos que se notem sinais evidentes de emagrecimento, sobretudo ao nível das coxas.

Por outro lado, há que entender as fases do desenvolvimento de uma criança desta idade, com o seu desejo de autonomia e de afirmação da personalidade. Às vezes esta afirmação é levada ao exagero, com crises de negativismo centradas na refeição, sobretudo se os pais lhe franqueiam essa hipótese e dão muita importância ao assunto - a alimentação passa a ser «o» problema número um da família, com todas as angústias e manipulações subsequentes.

Para as crianças, nesta fase da vida, o que importa é a descoberta do mundo - «engoli-lo» num dia!. E como não estão pressionadas pela fome, como nos primeiros meses, uma ou duas colheres chegam. Assim, acharão muito mais graça descobrir o Noddy que está debaixo da sopa, comendo-a, do que comer a sopa, acto monótono que fazem desde os quatro meses. Criar, imaginar, variar. Pode ajudar, mas se não há mais sintomas nem sinais, deixe-a comer o que quiser, desde que não substitua depois por bolachas, leite e chocolates.

1 comentários:

Anônimo disse...

Mais uma optima pesquisa, sempre encima dos acontecimentos. Sempre boas postagens :D