sábado, 17 de outubro de 2009

Os Pais e o Comer Bem

"" As questões ligadas à alimentação em geral estão a tornar-se um tema muito importante, em especial nos países mais desenvolvidos.
Passou-se de épocas de grande escassez de alimentos para a sobreprodução; e de má e pouca alimentação para o excesso em quantidade e em variedade.

A indústria alimentar exagera, actualmente, na introdução de aditivos, corantes e conservantes artificiais, que raramente beneficiam a qualidade dos alimentos. Os alimentos, por sua vez, passaram a sofrer processamentos e transformações que tornam alguns já bem distantes do produto original...

Em nome dos imperativos de comercialização, necessidades de transporte e acondicionamento, bem como de oferta anual de produtos anteriormente sazonais, a qualidade do que comemos tem vindo a ressentir-se.

No entanto, no que diz respeito à alimentação das crianças, os adultos e, em particular, os pais, têm uma grande responsabilidade na educação alimentar dos filhos, mesmo com o risco de "irem contra a corrente".
Não é fácil educar o paladar das crianças actuais, nem é fácil fazer com que gostem de alguns alimentos, eventualmente menos "saborosos ou açucarados" do que os comercialmente processados e mais "populares" entre os pequenos.

Mas há algumas pistas de acção, umas mais fáceis outras mais complicadas, que podem ser seguidas para educar os hábitos alimentares.

Contudo, atenção: não se pode exigir às crianças o que elas não virem os pais fazer. Se quer corrigir os hábitos alimentares dos seus filhos terá de ter a coragem de alterar os seus!

Então, pense no seguinte:

1 - São os pais que decidem o que se come
Quem faz as compras globais são os pais, e a educação alimentar pode começar aí. Resista à tentação (na maior parte das vezes) de comprar guloseimas, sejam elas "salgadas" ou "doces".
Não faça compras com fome. Elabore uma lista-guia. Seja prudente com as promoções.
Prefira produtos frescos e envolva as crianças na confecção das refeições.

2 - Comer quando se tem fome
Mantendo os níveis de alimentação mínimos e sensatos - claro - não se deve comer forçadamente. Pode haver tolerância em ocasiões especiais, mas deve respeitar-se o verdadeiro apetite de cada criança. Cuidado com os gulosos e com os parcimoniosos. Controlem-se os exageros (comer de mais é tão nocivo como comer de menos).

3 - E o prato fica limpo
Para evitar o comer demais e os desafios difíceis ao comer alguns alimentos, deve promover-se o servir pouco e repetir com pequenas quantidades. Assim, a boa educação que manda terminar o que se tem no prato é cumprida (cumpre-se o objectivo traçado: "Comi tudo!") e, quando apetece servir-se de mais, é mais fácil.

4 - De pequenino...
O paladar deve educar-se desde a infância. Não cometa o erro de achar que o seu filho não gosta dos alimentos de que você (os pais ou avós) não gostam. É essencial variar sabores, experimentar comidas novas e diferentes formas de confecção.
Estimule o gosto pela variedade.
Não "obrigue" a gostar, mas force o provar, em pequeninas porções.

5 - Eduque-se o paladar
Quem diz que o seu filho ou filha só gosta de hambúrgueres e pizas, talvez peque por não o/a observar e comer noutros contextos: na escola, em casa de amigos ou de familiares. Veja que, por vezes, perante uma comida nova que os presentes também comem, a criança não reage mal.
Diferente é quando, mesmo antes de a criança provar um alimento que lhe é apresentado, se ouve a mãe dizer:
- O meu filho não gosta disso...
Se tiver esta tentação, experimente, por uma vez, não dizer nada e esperar os resultados.
Se a criança se vira para si pedindo "ajuda", experimente dizer:
- Vamos provar antes, porque me parece apetitoso. Vamos ver se gostamos.

6 - Beber também conta
As bebidas gaseificadas, por muito saborosas que sejam (têm grandes quantidades de açúcar, disfarçado pela gaseificação) possuem um baixo valor alimentar e muitas calorias. Prefira sumos naturais, ou... água. E deixe essas bebidas apenas para situações esporádicas.

7 - Ponham-se os doces no lugar
Um docinho, de vez em quando, não faz mal. Guloseimas antes das refeições ou quando se tem fome, em vez de uma refeição ou lanche nutritivo, não são boa ideia.
Não façamos dos doces o objectivo da alimentação. Nem devem ser recompensas ou "soluções" para evitar problemas (birras...).

8 - A comida não é amor
Por muito que a alimentação seja mais um meio de exprimir afecto, ela deve ser, antes de mais, um meio de promover a vida saudável.
Há muitas maneiras de mostrar a alguém que se lhe tem afecto. Não é preciso oferecer sempre as comidinhas preferidas e os docinhos favoritos.
Gostar de alguém é também zelar pela saúde e a comida não é prémio.

9 - Dar o exemplo
As crianças imitam os adultos. Não lhes exija o que não consegue fazer (seja provar, comer ou escolher um alimento). Aproveite cada oportunidade para se educar alimentarmente, à medida que o faz para a sua família.

10 - Comer é "estar com"
A origem do verbo "comer" significa "estar com" (cum essere). Esteja com os outros enquanto come. Não esteja com a televisão. Conte coisas, experiências, converse. Não faça do acto de comer o centro da refeição; faça do acto de comer um espaço para "estar com", enquanto... come.
Se a criança não come depressa, bem ou muito, lembre-se que essa pode ser simplesmente uma estratégia para chamar a sua atenção. Não alinhe nisso! ""


Então e nas Escolas, como é a Alimentação?

1 comentários:

Anônimo disse...

Excelente pesquisa, também li este artigo amigo :D